No Widgets found in the Sidebar


Nota do CFTH: O vídeo tem legendas em inglês que podem ser activadas clicando no botão que fica ao lado do botão de activar/desactivar a reprodução automática.
– Introdução com algumas partes das entrevistas –
MDR: Tens consciência do quão arrogante chegas a ser nalgumas partes?
Bill: Sim! E se tiveres algum problema com isso… sabes onde moramos.
MDR: Então, sendo assim, basicamente sentaste-te no bunker. E o que é que fizeste? Jogaste jogos de computador e fumaste erva!
Bill: Talvez chegue o dia que eu fique sem nariz porque coloco tantas zaragatoas nele todos os dias.
MDR: Primeiro cigarro aos 6 anos.
Bill: Sim!
MDR: Competições de masturbação onde escreviam músicas. Com a banda.
Bill: Fico muito feliz que assim seja outra vez. Que estimulemos uns aos outros novamente. Eu ando como se fosse um idiota a deambular em Berlin Mitte… com o guetto lá em cima… e olho sempre para os apartamentos à noite. Chegou a um determinado momento que simplesmente não saíamos mais e não tínhamos mais contacto com o mundo exterior. Na verdade, todos os dias ficávamos pedrados naquela época.
MDR: Isso não é o amarelo do ovo.
Bill: Não, esse não é o amarelo do ovo. O mundo da música abriu-se como uma *piiiiii* quente e húmida. Bem, esse foi o nosso sinal secreto.
– fim da introdução –
MDR: Vamos começar agora.
Bill: Sim!
MDR: Estou feliz por estar aqui. E tenho que dizer: temos as medidas de segurança e foi tudo desinfetado antes. A sala também é ventilada e essas coisas todas.
Bill: Sim!
MDR: Antes que eu me esqueça… como de costume…
Bill: Sim!
MDR: Temos uma intro para a entrevista. Quero pô-la a tocar para ti.
🎶 Fleet maintenance area!
Fleet maintenance area!
Fleet maintenance area! On tour! 🎶
MDR: Exactamente, porque estamos em tour hoje e não na área de manutenção, Bill.
Bill: Que calor!
MDR: Sim, mas agora queremos falar sobre ti. Acho que 2021 vai ser o teu ano, certo?
Bill: Bem, começou mesmo muito bem. Não consigo acreditar que de alguma forma consegui fazer tudo isto em janeiro, tudo o que fiz até agora. Foram muitas coisas. Estou muito feliz por poder fazer tudo isto, porque realmente pensei que a maior parte das coisas iria ser cancelada. E as produções também não são possíveis agora. Mas… Sim, com todos esses testes e tal. Talvez chegue o dia que eu fique sem nariz porque coloco tantas zaragatoas nele todos os dias. Eles enfiam isso no nariz muito, muito fundo… Eles realmente tocam lá. É como se estivessem a tentar limpar o teu cérebro, tipo isso.
MDR: Ok! Mas pelo menos lançaste um óptimo novo single chamado “White Lies” (mentiras inofensivas) com os Vize. Então, escolheste a dupla de produção premium do género eletrônico.
Bill: Sim!
MDR: Realmente foi lá para cima. Já tens muitos streams. Acho a letra interessante.
Bill: Sim!
MDR: Porque em “White Lies” a letra é sobre um relacionamento baseado em mentiras inofensivas.
Bill: Hmhm!
MDR: Porque queres marcar e ser especial para o teu parceiro. Mas depois de ler o teu livro, fiquei a saber que… não tiveste assim muitos relacionamentos.
Bill: Sim!
MDR: Há uma frase no final do livro: “A minha carreira é o meu relacionamento.”
Bill: Hmhm!
MDR: Então pensei que as mentiras inofensivas também desempenham um grande papel na vida dos famosos, certo?
Bill: As mentiras inofensivas definitivamente que desempenham um grande papel. É claro que se precisa sempre de ajustar a verdade aqui e ali. E quando se dá entrevistas o dia todo, tem que se ter cuidado. E, claro, também se acaba por contar uma mentira inofensiva lá pelo meio.
MDR: E hoje?
Bill: Tento ser o mais honesto possível… para ti estou sempre a dizer a verdade como é óbvio.
MDR: Muitos se perguntam: Quem é que lança uma autobiografia aos 30 anos? Tu estás a fazer isso de uma forma inteligente. Explicas a razão logo no início do livro. Eu acho que a resposta é interessante. Tu tens medo de esquecer demasiado. Tens medo… da verdadeira demência? Ou… bem… também dás a entender que talvez as tuas festas com drogas e os excessos te tenham feito esquecer alguns detalhes.
Bill: Com certeza. Bem, acho realmente doido quando bebes muito numa noite selvagem… que te lembras de muita pouca coisa no dia seguinte. Acho que todos nós conhecemos esse sentimento depois de uma festa. E isso realmente me assusta. Acordei algumas vezes e pensei: “Epá! Gostava de conseguir lembrar-me, mas realmente não consigo.” No outro dia houve alguém que me perguntou sobre um concerto antigo nosso que estivemos a ver juntos. Todos ficaram sentados de boca aberta. Eles ficaram maravilhados e olharam para mim e disseram: “E então? Ficas todo arrepiado quando vês isto?”. E eu respondi: “Não!”. E então eles disseram: “Mas porquê? Deve ter sido tão emocionante.” E eu disse: “Nessa altura, dava um concerto assim todas as noites. E não desfrutava de cada momento meu. Nunca ficava ali parado a pensar:”Wow! O quão óptimo isto é na verdade?”. E agora que olhei para trás através do meu livro, percebi: Sim, quem me dera poder voltar atrás para poder desfrutar e celebrar tudo isso de uma forma completamente diferente e manter esse sentimento. Porque muitas vezes tu passas por esses momentos muito rapidamente. E então acabas por os esquecer ou então confundi-los. Eu também tive de verificar imensas coisas na Wikipedia, muito honestamente.
MDR: A sério? Na tua própria página?
Bill: Sim!
MDR: Mas nem sempre o que lá está é verdade.
Bill: Não, absolutamente não. A nossa página na Wikipedia é um grande desastre para ser honesto. Mas tive que andar à procura das datas… o que é que aconteceu em cada ano… quais os eventos de prémios… o ranking dos álbuns. Coisas desse tipo. Então tive que andar a verificar aqui e ali.
MDR: É justo. Desde os teus 14 anos que a tua carreira cresceu muito rápido. Também senti que há um tema recorrente no livro.
Bill: Hmhm.
MDR: Uma sensação de estar preso. Mesmo no jardim de infância. Isso já era uma prisão para ti. A escola era uma prisão. A aldeia era uma prisão. Então escapaste da aldeia com uma grande carreira e também te sentiste preso.
Bill: Sim!
MDR: Porque já não podias sair mais à rua.
Bill: Sim. Esta coisa da liberdade sempre desempenhou um papel na minha vida. Diria que hoje estou definitivamente num ponto em que sinto a maior liberdade que tive na minha vida inteira. Tu tens que lutar por isso. Acho que todos nós conhecemos esse sentimento na nossa vida quotidiana. Quer tenhamos um supervisor ou um chefe ou algo assim. E tu tens que fazer mil coisas que não gostas de fazer. E eu acho que isso tem que ser equilibrado de alguma forma. E eu acho que ficas triste se as coisas ficam muito pesadas e se fazes muitas coisas que realmente não gostas. E passas o tempo em conflito e a trabalhar para depois teres apenas um bocadinho de fim de semana. E não gostas de fazer o resto. Acho que isso faz com que as pessoas fiquem doentes num determinado ponto. E eu acho que tens de ajustar as peças na tua vida aqui e ali. E eu tenho feito isso constantemente. Portanto, existem algumas coisas que tu simplesmente não podes evitar. Escola. Jardim de infância. Tu tens que passar por isso. Mas sim, foi difícil para mim. Sempre tive problemas com autoridades. E com sincronização de pessoas. É por isso que nunca estive em clubes desportivos. Odeio isso. Nem sequer consigo estar num grupo de yoga.
MDR: Mas estiveste em aulas de dança.
Bill: Estive em aulas de dança. E mesmo assim ficava incomodado que todos tivessem que usar um outfit preto e sapatos de dança pretos.
MDR: Já agora… essa é uma história muito comovente que descreves no livro. “Finalmente consegui ter uns Reebok a sério.” E depois tiveste que os pintar de preto com uma caneta porque não tinhas possibilidades para comprar uns pretos.
Bill: Sim, exatamente. Eu podia… sim. Isso simplesmente era impossível. Não tínhamos dinheiro para essas coisas. Sabia que não me valia de nada pedir. E então sentei-me no meu quarto e pintei-os de preto. Podes vê-los no livro também. Eles estão num capítulo. Podes ver que a tinta saiu. Claro que a tinha não ficou lá muito bem agarrada aos sapatos, além de que os sapatos brancos brilham.
MDR: Pensei um pouco sobre isto… Não é como se passasses o tempo todo a drogar-te. Mas descreveste alguns destes momentos. Tenho a sensação de que muitas das vezes isto foi uma forma de escape para ti. Por exemplo, quando descreves a tua vida nesta aldeia em Hamburgo no auge do teu sucesso. As pessoas ficavam sempre à tua espera lá fora. Tinhas que fechar todas as persianas. Por isso, era como se estivesses praticamente num bunker. E o que é que fazias? Jogavas jogos de computador e fumavas erva.
Bill: Naturalmente!
MDR: Quero dizer, o que… o que é que mais poderias fazer?
Bill: O que mais? Concordo! Então, sim, essa foi a nossa maneira de escapar da realidade e de nos divertirmos um pouco. Quer dizer… tínhamos quase 20 anos. E é claro que nessa idade a vontade é de sair com amigos e ficar pedrado. Tal como todos fazem nestas idades. E acho que é normal. Mas é claro que não poderíamos fazer isso à vista. E mesmo que fizéssemos e saíssemos e festejássemos… Tal como disse… Sempre pensei: “Porque é que estou a fazer isto a mim mesmo?”. Isso deixava-me sempre triste e eu continuava a mostrar-me que eu não conseguia viver uma vida como os outros. E é por isso… que a certa altura nunca mais saímos à rua e não tínhamos qualquer contacto com o mundo exterior. E depois todos os dias ficávamos ganzados.
MDR: Bem, isso não me chocou assim muito, para ser honesto. A única história de drogas que realmente me chocou foi: o teu primeiro cigarro aos seis anos.
Bill: Sim. Achei isso de doidos! A minha mãe também não ficou muito feliz com isso. Na verdade, era o nosso tio que fumava connosco naquela altura. Não, ela não gostou. A minha mãe vem de… Os nossos avós fumavam o dia todo. E por isso ela nunca tocou num único cigarro. Ela sempre achou nojento. E mais tarde ela tentou o mesmo truque connosco. Porque foi assim que crescemos… Nunca conhecemos proibições ou regras. Simplesmente isso não existia no nosso mundo. Sempre tivemos uma relação amigável muito aberta. Sempre pudemos contar tudo em casa. E então a minha mãe pensou: Ok, então. O mais fixe é se eu apenas disser: “Claro, podes fumar. Se quiseres fumar, fuma. Só tens é que me avisar. Assim, posso sempre ver como é que estás.” Então, eu e o Tom começámos logo a fumar, é claro. Fumámos logo dois maços de cigarros de uma só vez. Ela não ficou muito feliz com isso quando chegou a casa.
MDR: Há alguma coisa que a tua mãe só descobriu lendo o livro?
Bill: Sim. Também descobri muitas coisas sobre mim lendo o livro. Consegues perceber essas coisas quando as escreves. Bem, acho que só se entende a vida ao olhar para trás. E também tive muitos momentos em que pensei: “Wow! Não sabia que a cicatriz que a minha mãe tem no meio do peito me incomodava tanto.” Não tinha percebido até ter começado a escrever o capítulo e ver como essa imagem estava profundamente queimada dentro de mim e o que isso fez comigo. Nunca poderia ter dito isso à minha mãe antes. E houve momentos em que ela disse: “O quê? Era assim que olhavas para isso? Incomodou-te assim tanto?”.
MDR: Ou: “Ainda te lembras dessa conversa?”
Bill: Exactamente, a operação ao coração dela. Mas também conversas sobre isso. A conversa na cozinha quando tínhamos sete anos e ela nos disse que não iria estar connosco por muito mais tempo. Esses são momentos que ela não se lembrava deles como sendo assim. E é claro que ela disse: “Wow! Fiz algumas coisas erradas”. Mas é claro que é… Quem é que tem uma infância perfeita? E claro… sendo aparente… Às vezes dizes coisas que os teus filhos te contam mais tarde e pensas: “A sério? O que é que foi que eu disse?”. Ela ficou muito tocada com isso.
MDR: Sim. Acabaste de me fazer lembrar daquela cena. O livro é como uma viagem numa montanha russa. Não podemos colocar tudo nesta conversa. Nem pensar! O teu editor disse-te depois de ler o livro pela primeira vez: “Tens consciência do quão arrogante chegas a ser nalgumas partes?”
Bill: Sim.
MDR: E há uma coisa… quero dizer, já fizemos algumas entrevistas juntos. Não chamaria isso de arrogância. Tenho vindo a pensar sobre o que é. Desde os teus 14 anos… há um momento em que as pessoas socializam umas com as outras e passam a fazer amigos. E perguntam: “Quem sou eu?” Nesse ponto, a tua comunicação sempre foi do palco… para um microfone. Então, a tua vida é sempre um palco, não é? E é assim que este livro é escrito. Tem tantos efeitos “wow”. Do tipo: “Olá!!!”.
Bill: Sim, acho que sim. Em qualquer caso. Sempre tive mais dificuldades nos momentos mais íntimos. Tudo o que não foi numa câmara ou numa entrevista, mas num ambiente privado. Quando te sentas com amigos ou conheces outras pessoas. Não foi muito fácil durante anos… Essa foi a minha maior incerteza. Eu nem sabia como reagir às pessoas quando não estava no palco. Felizmente, agora as coisas estão diferentes. Estou muito mais velho agora. E eu queria que o livro fosse escrito como se eu estivesse a falar com os meus amigos mais próximos. E os teus amigos mais próximos perdoam-te por fazer uma declaração flagrante. Eles sabem que sou maluco. Também gosto de provocar com palavras e frases e com coisas que digo. E não tenho vergonha disso. E é por isso que pensei: ok, vous escrever como se eu fosse contar uma história num jantar privado em casa.
MDR: Isso leva-me a uma parte… se a lesses para mim.
Bill: Sim. Aí vem ela. Qual escolheste?
MDR: Sabes qual? Fazes ideia?
Bill: Não, de forma alguma. Pode ser qualquer uma.
MDR: Primeira linha, capítulo 8.
Bill: “O mundo da música abriu-se como uma cona quente e húmida.”
MDR: Isso é…
Bill: Sim, mas é uma boa imagem. Quer dizer, aí a tens… sabes logo o que está a acontecer.
MDR: Mas não é óbvio. Tens de querer pintar essa imagem.
Bill: Sim, bem, quero dizer, é claro… O livro também é engraçado e um pouco exagerado. Não sou o maior leitor. E nem o Tom é, por exemplo. O Tom disse que este será o primeiro livro que alguma vez vai ler. E eu pensei… Eu acho que tens que te rir às vezes ou ter vergonha e depois relaxar. Eu quero ter todas essas emoções. Sempre penso muito cinematicamente quando escrevo. Também para a banda… quando escrevo letras e assim. Sempre tenho imagens na minha cabeça e gosto de exagerar aqui e ali.
MDR: Bem, isso definitivamente que funciona.
Bill: Obrigado!
MDR: Foi divertido. E não só por causa da linguagem utilizada. Na verdade, pela primeira vez, és muito explícito sobre a tua vida sexual. Nada fica de fora. Também tem coisas que não dirias a estranhos. Como competições de masturbação onde escreviam as músicas. Com a banda. Ou sobre estar numa gravação porno [porn shoot]. Ou sobre as orgias em Berghain. Não quero entrar em detalhes… mas és muito franco. E sabes do que gosto sobre isso? A comunicação social sempre quis saber todas essas coisas sobre ti. E tu nunca lhes respondeste. Agora, está praticamente tudo dito e acho que essas coisas são tão espertas como antes.
Bill: Sim!
MDR: Porque é tão diverso. Simplesmente não te queres comprometer.
Bill: No outro dia alguém me disse: “Então… Sr. Kaulitz! Mas agora continuamos sem resposta e sem gaveta [nota: penso que gaveta aqui é no sentido de etiqueta]”. E eu digo: “Sim, mas também contei como é que a minha vida era”. E foi o que já tinha dito antes. E as gavetas [etiquetas] e tudo isso é demasiado chato para mim e eu não me encaixo nisso. Tens de inventar uma nova gaveta [etiqueta] para mim.
MDR: Acho que hoje, no ano de 2021, estamos muito mais desenvolvidos, não achas?
Bill: Sim, também acho. Absolutamente.
MDR: Não quero que as pessoas pensem que o livro é apenas sobre excessos. Também há histórias muito engraçadas, fofas e privadas. Quero contar-te as minhas duas histórias favoritas.
Bill: Sim.
MDR: A primeira que me fez rir foi sobre a época em que fazias parte de uma banda da escola e querias cantar letras em inglês. O teu professor de inglês traduziu a letra em alemão para ti e depois notou: “Isso não é o amarelo do ovo!”
Bill: Não, exactamente. Isso não é o amarelo do ovo. Sim. Hoje eu ouço as músicas e penso… Ai meu Deus! Também não consegui falar inglês durante muito tempo. Também fui viver para a América e não conseguia expressar-me. E é claro que aprendi ao longo de dez anos. E hoje olho para a letra e penso: “Oh meu Deus! Aquelas pessoas realmente ensinavam? Elas ensinam inglês nas escolas?”
MDR: Tens algum exemplo?
Bill: Bem, uma música, por exemplo, chamava-se “I Needn’t You”. *colocam um excerto da música*. E tu nunca dirias isso. Isso dói só de ouvir. Simplesmente não se diz “I needn’t you”. Diz-se “I don’t need you” [não preciso de ti] ou então formulavas a frase de outra forma. Mas isso não é apenas coloquial… como falarias ou como escreverias uma música. E acho que é por isso que eu não era muito bom a inglês. Porque, por exemplo, os professores na escola não falam assim contigo. É assim que se aprende vocabulário. Sabes o que significa “bicicleta” e “carro” e essas palavras assim. Mas é claro que não podes construir frases corretamente ou ter pequenas conversações. Acho que o problema era que os professores de inglês não falavam inglês connosco na sala de aula. Sim, é essa a razão. É muito engraçado. Mas eles tiveram que nos ajudar naquela época. Nós também não sabíamos melhor. Também não podíamos ser nós a traduzir. Foi por isso que só escrevíamos letras em alemão durante um tempo. Mas as antigas músicas dos Devilish ainda podem ser encontradas no YouTube. Até que são engraçadas.
MDR: Sim. E a outra história que achei muito engraçada foi a gravação do videoclip da “Monsun”… naquela época. Porque, estás lá parado na água… Nessa altura ninguém sabia que iria ser um sucesso. Portanto, o orçamento era relativamente pequeno. Gravaste num lago onde qualquer um podia ir a banhos e tinhas de tomar atenção às tuas avós que tinham toucas de natação e que podiam aparecer lá ao fundo na gravação.
Bill: É muito engraçado. Há também um “making of” algures no YouTube. E pode-se ver realmente como a avó chega e as crianças pequenas estão a banhar-se. E estavam todos do tipo: “Espere! Espere! Espere um minuto!”. E depois tivemos todos que fazer uma pausa. E eu já estava inclinado no aquário. E estavam todos do tipo: “Temos mesmo [que fazer uma pausa]… desculpa! Podes afastar-te durante um bocado?”. Bem, era simplesmente um furo [durante as gravações] (?).
MDR: Incrível! E depois o vídeo explodiu. E entramos na parte… o livro chama-se “Career Suicide”. Neste ponto, as coisas ficaram um pouco complicadas. Tu não encontras palavras bonitas para o pessoal e para os produtores da editora discográfica. Começando com os contratos… os ganhos que eles receberam foram todos censurados. Até hoje tu não sabes os valores que eles receberam. Uma grande quantidade.
Bill: Sim, com certeza.
MDR: “Monsoon” foi platina em 20 países. Ainda lamentas o dinheiro?
Bill: Oh, não. Na verdade, não guardo rancor de todo. Também, raramente olho para trás. Fiz isto para o livro agora e foi uma grande tarefa para mim. Porque para mim é sempre emocionante o que vai acontecer a seguir. Penso sempre no amanhã. É por isso que não estou no agora com muita frequência. Mas não sou uma pessoa que se senta e pensa nos velhos tempos. Bem, raramente faço isso. E também sou muito bom a perdoar. Simplesmente aconteceu e foi assim naquela época. Não sou alguém que guarde rancor durante tanto tempo. Acho que isso só nos torna infelizes, tristes e feios. É por isso que não se deve fazer isso. Acho que se tem que deixar isso ir a determinada altura. Mas é claro que estou a dizer a verdade em qualquer caso. E a verdade é: é claro que eles nos lixaram como jovens artistas no mundo da música… e especialmente neste tempo. O negócio hoje já se encontra desenvolvido. Contratos como este já não existem mais. Mas naquela época era normal e é claro que eles vão lixar um jovem artista que está apenas a começar uma carreira. Tem que se ter cuidado.
MDR: O dinheiro é uma coisa. É ainda mais assustador como eles vos sugaram para dentro da business machine. Tu descreves que acabaram de terminar a promo do primeiro álbum… e os produtores já escreveram o segundo. Deram-vos uma semana para virem com as vossas próprias ideias para as músicas. Eles sabiam que vocês não tinham hipóteses de escreverem músicas nesta altura.
Bill: Sim. E não fazíamos ideia de como é que as publicamos e registamos. O quão importante é escrever as nossas próprias músicas. Quanto dinheiro é que isso custa…
MDR: …Ter o teu nome nos créditos…
Bill: …Ter os direitos das músicas… onde publicá-las. É tudo incrivelmente complicado e não se consegue saber de tudo isto quando não se trabalha no mundo da música. Nós não sabíamos disso ao sermos uma jovem banda. E eles gostavam que assim fosse. Nós tínhamos as promos da tour a toda a hora e não tínhamos tempo para fazer música. E só nos apercebemos muito mais tarde que não tínhamos tempo para fazer o que queríamos fazer enquanto banda: tocar e escrever músicas. Foi por isso que começámos. Mas muito depressa se tornou irrelevante.
MDR: Eles também ignoraram que a tua voz de adolescente se foi. Eles continuaram a escrever músicas com um registo alto. Tu até fizeste alguns truques no estúdio. Cantaste uma versão mais profunda e eles depois aumentaram o registo. Tudo isso fez com que perdesses a voz. Este é um grande trauma na tua vida.
Bill: Sim, absolutamente. Foi o meu maior trauma. Esta insegurança com a minha voz. Tudo começou com a gravação do segundo álbum. O que foi muito difícil para mim. Continuei a dizer que gostava de fazer outras músicas. Não podemos fazer isto de uma forma mais relaxada? Não conseguem baixar algumas notas? Mas todos me disseram: não, só soas bem assim. Temos que fazer assim. Gravei muitos takes para encontrar esse tom particular. Sempre no limite. E na verdade eu queria cantar de uma maneira completamente diferente. Queria cantar como fazemos nas nossas músicas hoje. Por exemplo, hoje em dia, eu e o Tom produzimos tudo sozinhos. E somos nós que fazemos todas as gravações. Mas naquela época era diferente. E ninguém se interessava por mim depois do álbum estar terminado. Eles enviaram e eu tive que lidar com isso. Com a pressão de apresentar as músicas nos concertos e conseguir fazer as coisas durante o espectáculo. Esse era o meu trabalho sozinho.
MDR: E então percebeste: “Eles não querem saber da minha voz. Eles só querem que o espectáculo continue.” Nesta altura começaste a fazeres-te ouvir. Disseste-lhes que querias um som diferente e co-escrever as músicas.
Bill: Sim, em parte achávamos que isso já não era bom. O teu gosto muda aos 17 ou 18 anos. Gostas de coisas diferentes. E por causa da pressão do tempo e do cumprimento dos contratos e dessas coisas todas, não nos sobrou muito tempo para pensar. E então tudo o que fizemos foi reagir a algo. Acabámos de gravar uma música e, em retrospectiva, olhei para ela e pensei: Mas isto é sobre o quê mesmo?! Foi tudo muito rápido e demasiado. E a música era apenas uma pequena parte de uma máquina enorme. De alguma forma, isto parecia ser secundário. E, pensando bem, é claro que poderíamos ter feito músicas muito melhores aqui e ali. Não digo que foi tudo uma merda. Pelo amor de Deus, não! Também tivemos óptimas músicas e filmámos óptimos vídeos. Nem tudo foi mau. Mas, como artista e escritor, gostaria de ter tido muito mais tempo. Mas simplesmente não foi possível. Nós não tínhamos.
MDR: Vocês apenas têm esse tipo de liberdade desde 2014. Quando o vosso contrato terminou. Portanto, é um período de tempo relativamente curto. Chegaste a Los Angeles e a tua mãe mudou-se. Portanto, só de há apenas sete anos para cá podes realmente fazer o que queres.
Bill: Sim, absolutamente! Mesmo com o último álbum, ainda sob o contrato antigo, estávamos muito mais activos. Com o álbum “Kings Of Suburbia” começámos a co-produzir e a dizer não às coisas que não gostávamos. O álbum foi adiado várias vezes porque começámos a dizer: Não! Não vamos fazer essa música. Queremos que soe assim. Começámos a construir o nosso próprio estúdio para produzir. Tirámos alguma pressão. Nessa altura até chegámos a pensar: processem-nos simplesmente! A editora esperou pelo álbum, mas ele simplesmente não foi concluído. Dissemos: “É o que é. E se tiverem algum problema com isso… sabem onde moramos”. Já não nos importávamos mais e não queríamos ter mais pressão. Nós só queríamos fazer músicas que gostássemos. Então, nós próprios começámos a escrever para o álbum “Kings Of Suburbia” e a co-produzir. Então, assumimos um pouco mais o controlo do nosso som e trouxemos coisas que gostávamos.
MDR: Pensei no remake da “Monsoon”. Em dois idiomas. Já agora: óptima reinterpretação. Soa muito bem e muito diferente.
Bill: Obrigado. Obrigado.
MDR: Ainda pensam nos antigos produtores? Porque eles vão ganhar dinheiro outra vez.
Bill: Sim. E, na verdade, eles não nos queriam dar os direitos da música. Eles não gostaram da nova versão e isso. E eles também não queriam que a lançássemos. A nossa antiga editora pediu-nos logo dinheiro. Eles escreveram-nos um e-mail a dizer que eram os donos dos direitos de autor e pediram 5%. Então os sugadores de sangue continuam a sugar. Infelizmente, é assim que as coisas são. Acho muito constrangedor e uma vergonha. Pensei: Wow! Não tivemos contato durante muitos anos. Porque é que eles simplesmente não nos dizem boa sorte e façam a vossa cena? Porque é que eles tiveram que nos contactar assim desta forma e até tentar proibir o lançamento da nossa própria música. Mas é assim que as coisas são.
MDR: Mas agora assinaram outra vez um grande acordo. Isso abre muitas portas. Porque é maior e conseguem mais divulgação. Acho que quando assinaram o contrato já estavam muito mais cientes. Mas não fiquem entre a arte e as vendas agora. Quando penso no “Dream Machine”… que vocês fizeram sozinhos. Esta foi uma obra de arte em termos de som e conteúdo. Conseguem fazer isso dessa forma outra vez?
Bill: Penso que tivemos que fechar todas as portas antes. Depois de terminarmos o contrato antigo, apenas queríamos trabalhar sozinhos. Não queríamos assinar nada. Não queríamos trabalhar com nenhum compositor e produtor. E acho que isso foi importante para nós. Separámo-nos e agora temos vindo a abrir lentamente as portas e as janelas outra vez… porque é bom trabalhar com pessoas de quem se gosta. Pessoas que te respeitam e que têm a mesma visão. Então, assim pode ser incrivelmente óptimo. Isso pode nos levar ainda mais longe. Por exemplo, a música que fizemos com os Vize… Eu simplesmente adorei!! Estou muito feliz por nos conhecermos e por termos feito isso juntos. E no que diz respeito ao contrato com a editora discográfica, fui eu próprio que escrevi ao chefe da empresa. Enviei-lhe uma mensagem pelo Whatsapp a dizer: “Olá Daniel, por acaso não querem fazer um novo álbum connosco? E então conversámos no Skype. Tudo aconteceu depois dos nossos termos. Queríamos saber primeiro se iríamos conviver bem. Ele partilha da mesma visão que nós? Ele acha isso fixe? Eles amam a banda? Porque o mais importante é que as pessoas anseiem por ela tanto quanto nós. É necessário construir uma equipa de pessoas que se importem tanto quanto nós. Então pensei em não mandar ninguém falar por mim. E então liguei para eles e fui eu próprio que falei com os chefes da Sony.
MDR: Entraste logo em contacto com ele? Eles acreditaram em ti quando disseste: “Olá, daqui fala o Bill Kaulitz!”
Bill: Claro que antes disso já tínhamos tido contacto. E então eles sabiam que era realmente eu que estava a ligar.
MDR: Porque estava aqui a pensar… Eu já disse que acho que o “Dream Machine” é uma obra de arte. Sentes que tu e o Tom vieram de relacionamentos fracassados. Vocês os dois deixaram uma antiga vida para trás. O álbum começa com a procura de algo novo. Cantas sobre todos esses novos mundos de festa que descobriste. Tudo está a fluir nessa grande máquina dos sonhos (Dream Machine) que de alguma forma te cerca. Mas agora estava a pensar como é que a história vai continuar. Porque vocês, gémeos, estão em lugares completamente diferentes agora. Porque a tua profecia sobre o grande amor do Tom realmente se tornou realidade.
Bill: Sim, eu disse a ele que iria chegar a um ponto que ele se iria apaixonar e que iria haver esta mulher especial. E o Tom sempre disse que não.
MDR: E agora a Heidi ainda está a filmar vídeos fofos do Tom a dormir. Torna-se mais difícil encontrar temas em comum?
Bill: Diria que o álbum vai ser selvagem. Eu acho que não é tão conceptual como o álbum anterior. Mas também acho muito inspirador que todos nós somos tão diferentes e que voltámos a abrir a porta ou com outros projetos com outros artistas e outros produtores ou com escritores aqui e ali. Temos uma música emocionante que vos vai surpreender. Fico muito feliz que assim seja outra vez. Que estimulemos uns aos outros novamente… e não fiquemos presos no mesmo barco. E então eu acho que este será um álbum muito emocionante. “Monsoon”, “Berlin” e “White Lies” são todos muito diferentes. Acho que será um álbum muito emocionante.
MDR: As músicas que lançaram em 2019 também vão estar no álbum?
Bill: Acho que algumas músicas não vão lá constar. Existem sempre músicas que se acaba por esquecer no processo de composição. Já foram apresentadas e sentimo-nos seguros. Mas depois compõem-se coisas melhores e acaba-se por deixar cair músicas antigas. Mas é claro que vão haver músicas de 2019 no álbum.
MDR: Falando sobre tu e o Tom estarem em mundos diferentes. É assim que o livro acaba. Fiquei um pouco triste porque o teu resumo é: “No fim, não acredito mais em encontrar o grande amor e ter filhos. Vivo este sonho através do Tom”. No final, pareces estar muito sozinho. E descreves como às vezes andas pelas ruas para olhar para a sala dos outros.
Bill: Sim! Amo fazer isso. Não há nada melhor. Amo fazer isso especialmente em Berlim porque podemos fazer isso na boa. Eu ando como se fosse um idiota a deambular em Berlin Mitte… com o guetto lá em cima… e olho sempre para os apartamentos à noite. Adoro quando as pessoas não fecham as cortinas e acendem as luzes. Vejo-os na sua vida normal. Como eles vêm do trabalho e comem juntos. Ou como eles apenas ficam parados na cozinha. Sonho comigo mesmo nesses mundos e penso qual será a profissão dessas pessoas. Eu adoro porque minha vida é muito diferente e um pouco maluca. Claro que estou ciente disso também.
MDR: Não tens nenhuma relação com pessoas normais?
Bill: Totalmente! Também tenho um grande círculo de amigos em Berlim. Tenho muitos amigos que significam muito para mim. Encontro-me sempre com eles quando estou aqui. Mas, no caminho para me encontrar com eles, vou dando uma espreitadela nos apartamentos de outras pessoas.
MDR: Mas não farias isso em Loitsche?
Bill: Não! Embora eu ainda tenha família lá. O meu padrasto ainda mora lá. E então apenas fui lá para lhe dizer olá. Mas não é uma zona que eu adore visitar.
MDR: Então criaste a ideia de que eles não gostam de ler livros lá?
Bill: Ainda vai ter que ser lançado.
MDR: Não falas bem sobre as pessoas que lá vivem.
Bill: Eu já o disse antes… Não quero generalizar nada. Eu mesmo o vivi na pele e odiei que fosse colocado numa gaveta [etiqueta]. Claro que tive experiências más com pessoas que moraram lá. Talvez elas já lá não vivam. Muitas das histórias aconteceram há mais de 20 anos. A zona tem sido muito rude. Mas eu já não moro lá mais. É a minha experiência… da minha juventude e do meu tempo. Hoje estamos num lugar completamente diferente. Não posso dizer nada sobre as pessoas que vivem lá hoje. Não sei como isso mudou. Espero que essas pessoas não se sintam pessoalmente atacadas pelo meu livro. Talvez até já vivam uma vida completamente diferente hoje em dia. E as coisas provavelmente mudaram lá também. Esperançosamente! Mas essas são as minhas memórias da minha própria vida. E não quero destruir uma região inteira de forma alguma. É muito importante para mim dizer isso.
MDR: Entendido! E é praticamente o oposto do que tu queres que seja. Porque lá sempre foste o estranho.
Bill: Absolutamente!
MDR: Quando perceberam que não eras uma rapariga, chamaram-te de “paneleiro estúpido”. Há uma história pesada que aconteceu durante as tuas aulas de natação. Pesadíssima!!! Mais uma pergunta sobre o final do livro. Dizes: “Se eu morrer amanhã, tudo bem. Já experimentei tudo.” Estás a falar a sério sobre isso?
Bill: Soa muito triste. Nunca tive medo da morte. Tenho sempre que me forçar a cuidar de mim mesmo. Conheço muitas pessoas que andam sempre a pensar na sua saúde. E eles pensam muito sobre si mesmos. E também tenho um amigo que é completamente hipocondríaco. Ele vai ao médico por tudo e por nada. Tenho que me forçar a fazer isso e cuidar de mim mesmo. Tenho tendência a cuidar das outras pessoas em vez de me preocupar comigo mesmo. Isso é algo que tenho que aprender. Mas também acho que a minha vida não é assim tão triste. Eu não desejo a morte. Na verdade, amo a vida. Voltava a viver a minha vida da mesma maneira que vivo. Estou imensamente feliz por fazer o que faço. Amo estar em palco e tal como disse: na verdade sou uma pessoa feliz. Gosto de festas e tenho óptimos amigos e também uma óptima família. Mas eu ainda vivo a vida como se ela pudesse acabar num momento. Portanto, não me vou arrepender de não ter feito alguma coisa. Não sou um sonhador que está sempre à procura dos seus sonhos. Tudo o que quero fazer, faço imediatamente na maior parte das vezes. E quando deixar este mundo, gostaria de não ter dinheiro na minha conta bancária. Eu quero viver a vida ao máximo. Sinto que alcancei mais objetivos do que jamais poderia ter sonhado. Claro que tenho muitos planos e estou longe de terminar, mas se amanhã acabasse eu ainda poderia dizer: “Tive uma óptima vida!” E eu vivi da maneira que eu queria.
MDR: Tenho que te perguntar sobre a conta bancária vazia. Tu não queres mesmo deixar nada porque não há ninguém a quem o possas deixar?
Bill: Não necessariamente. Mas acho que eles podem ganhar o seu próprio dinheiro. Quero dizer, existem pessoas que trabalham a vida toda para arrecadar dinheiro na sua conta. E eles todos os dias olham para os seus extractos bancários e ficam excitados por terem tanto dinheiro. Acho que o dinheiro tem que ser divertido. Tem que fluir e sair novamente. Essa é a parte boa de se ter dinheiro. Não quero que o dinheiro fique lá na minha conta para o ver crescer todos os dias, tal como o Tio Patinhas o fazia. Não quero estar a aconselhar as pessoas, mas acho que a vida tem de ser divertida. Deves manter o equilíbrio entre o trabalho e uma conta bancária cheia.
MDR: A impressão que tenho de ti é que estás muito em paz contigo mesmo. Mas, enfim… no livro dizes… se houver algum(a) terapeuta a ler isto… ele ou ela deve mandar-te uma mensagem no Instagram.
Bill: Sim, mas deveria ser uma mulher vestida de Chanel. E eu gostaria que ela tivesse uma fazenda com alguns cavalos à solta. E ela deveria fazer-me uma boa xícara de chá quando eu chegasse. E adoraria que ela tivesse uma poltrona velha numa biblioteca.
MDR: Ok, isso parece muito especial. Mas se alguém assim estiver a ver este vídeo agora mesmo: deixa um comentário aí em baixo. Bill, o que é que tu achas? Darias um gosto a este vídeo?
Bill: Definitivamente que daria um gosto!
MDR: Então, por favor, façam isso também. Muito obrigado pela entrevista.
Tradução: CFTH

By Tania