Em entrevista com Bill e Tom, estes falaram sobre a digressão mundial «Dream Machine» e as eleições nos EUA
«Para nós como músicos, estar em digressão é como tomar o elixir da vida. Este incessante viajar pelo mundo inteiro e dar um grande espectáculo em palco é o que nos mantém vivos», diz Bill Kaulitz (segundo à direira) que, em conjunto com os seus colegas de banda Tom Kaulitz (segundo a partir da esquerda), Gustav Schäfer (à esquerda) , e Georg Listing (à direita), vão dar um concerto em Estugarda no dia 25 de Março de 2017.
Sim, os Tokio Hotel ainda existem. Embora a euforia se tenha acalmado em torno da banda, estes estão juntos desde os seus 15 anos de idade para fazer música. Enquanto isso, os quatro músicos viveram entre a euforia e o ódio. No início de 2017 os Tokio Hotel iniciam a sua digressão mundial. Durante a sua «Dream Machine World Tour» vão fazer paragens em Hamburgo, Frankfurt, Colónia, Estugarda, Munique, Leipzig e Berlim Em entrevista com Eva-Maria Peter os gémeos e líderes da banda, Bill e Tom Kaulitz, falaram sobre os seus sonhos e quais foram as mudanças principais.
Vão iniciar a vossa digressão mundial na Primavera. Como é que se sentem?
Bill: «Para nós como músicos, estar em digressão é como tomar o elixir da vida. Este incessante viajar pelo mundo inteiro e dar um grande espectáculo em palco é o que nos mantém vivos. Fazemos isto há mais de dez anos e significa muito mais do que antigamente. Estamos mais velhos e compreendemos cada vez mais que nascemos para a música.
Vocês são conhecidos pelos concertos caros que dão…
Bill: Nós não somos nenhuns compositores que tocam guitarra acústica e que escrevem letras em alemão em quatro horas, sem que nada de espectacular ocorra. Nós somos mestres do espectáculo. Um concerto dos Tokio Hotel é uma experiência inesquecível. O público nunca terá visto nada como aquilo que o espectáculo «Dream Machine» será.
O que está por trás do título «Dream Machine» (em português: «máquina dos sonhos»)?
Tom: Os nossos sentimentos estão por detrás dele. Os Tokio Hotel são a nossa «dream machine», o nosso estilo de tocar pelos sonhos. Com esta digressão, queremos que os nossos sonhos se concretizem e criar o nosso próprio mundo onde fazemos apenas aquilo de que gostamos. Para nós, os Tokio Hotel significam a liberdade perfeita. As pessoas deste mundo precisam de mais sonhos e mais liberdade.
Como é que é o vosso mundo de sonho?
Tom e Bill: À noite temos sonhos muito intensos e muito reais. Normalmente esses são pesadelos. Desses podemo-nos desfazer bem.
Bill: Sonhos diurnos são normalmente mais bonitos. Os sonhos motivam e incentivam-nos. Todos os dias tenho de decidir quais dos meus muitos sonhos quero concretizar nesse dia. São os meus sonhos que me fazem levantar todos os dias.
Qual é o vosso maior desejo para o mundo?
Bill: Que todas as pessoas sejam felizes. Isto soa banal mas é isso mesmo, mas cada um tem de trabalhar para isso.
Tom: É um desafio muito grande. Neste momento, o mundo está cheio de medos. Cada pessoa deveria ter pelo menos a oportunidade de realizar quantos sonhos tivesse. Temos de nos lembrar disto: Temos apenas uma vida – vivamos felizes!
A vossa música mudou drasticamente ao longo dos anos do Rock para o Pop Electrónico. Como é que vêem o futuro?
Bill: Já não fazemos música Rock. Encontramo-nos musicalmente na música Pop Electrónica. São os Djs e a música electrónica que nos inspiram. Também se pode ver isso em palco. O Georg e o Tom já não tocam apenas baixo e guitarra, mas utilizam sintetizadores, baterias adicionais e há nova música vocal. Basicamente o nosso espectáculo musical é mais técnico e experimental. Temos sete computadores portáteis em palco.
Não foi apenas a vossa música que mudou mas também o vosso aspecto. A necessidade de mudança é bastante grande?
Bill: As mudanças são constantes na minha vida. Sem mudanças fico aborrecido. E quando estou aborrecido só penso em coisas parvas. As mudanças tornam-nos criativos e dão-nos um sentimento de liberdade. Para mim, a liberdade é o meu bem mais precioso.
De que forma é que os vossos fãs mudaram ao longo do tempo?
Bill: Nós crescemos com os nossos fãs. Eles também cresceram e também têm outras visões do mundo. O nosso estilo de vida mudou, criam-se relações e famílias. Os nossos fãs cresceram connosco ao longo dos anos.
Onde no mundo se sentem mais completos? Vão continuar em Los Angeles?
Bill: Eu e o Tom queremos ver mais do mundo. Ficar a morar apenas num sítio para sempre é impensável. Conseguimos imaginar-nos a mudar-nos para a Tailândia mas também para a Itália e há pessoas que me incentivam a isso. Se o Donald Trump vencer estas eleições, vamos mudar-nos daqui.
Até que ponto seguem as eleições americanas?
Tom: Dão-nos conta da cabeça. A ascensão do Donald Trump deixa-nos sem palavras e muito tristes. Nós somos estrangeiros na América. Ver uma pessoa assim chegar onde ele chegou deixa-nos zangados. Ele brinca com os medos das pessoas. Preferíamos enfiar-nos num buraco.
Como foram capazes de se estabelecerem internacionalmente?
Bill: O nosso segredo é fazer sempre o contrário daquilo que esperam de nós. Queremos ser diferentes.
Tom: Cada país tem a sua cena e a sua música. Na Alemanha são as músicas populares e as músicas em alemão que se distinguem. O nosso espectáculo e estilo não são alemães. Isso também é bom. Nós adoramos estar no estrangeiro e não nos vemos como uma banda alemã. Na Alemanha somos como forasteiros e pertencemos a um nicho – para o mundo somos normais.